DIÁLOGO SOCRÁTICO

Diálogo Socrático

O que é um Diálogo Socrático?

Um Diálogo Socrático é uma sessão de investigação filosófica em grupo na forma de um diálogo orientado por um filósofo, regido por determinadas regras e cujo intuito principal é o de promover o pensamento autónomo e crítico dos participantes.

O objectivo específico de um Diálogo Socrático é responder a uma pergunta filosófica concreta, através da procura de um consenso em torno dos conceitos que a pergunta nos apresenta. Enquanto procura de um consenso (sempre difícil) um Diálogo Socrático é uma actividade cooperativa entre pessoas com diferentes backgrounds e experiências de vida. A investigação começa, exactamente, por relatos de experiências concretas dos participantes que o grupo considere relevante para a pergunta que temos à nossa frente. Desta forma, partindo do concreto e sempre regressando ao concreto, evitamos a abstração excessiva, comum a muitos debates filosóficos. Ao pensar as nossas experiências e ao confrontar os nossos pensamentos mais abstractos com as nossas experiências estamos a seguir à risca o ensinamento de Kant de que “não podemos pensar nenhum objecto que não seja por meio de categorias (conceitos); não podemos conhecer nenhum objecto pensado a não ser por intuições correspondentes a esses conceitos.”

Para atingirmos satisfatóriamente esse nosso objectivo (“responder a uma pergunta filosófica concreta”) é necessário que o grupo esteja disposto a gastar (ganhar) tempo e a entregar-se de forma honesta e persistente à discussão cooperativa. Essa persistência e compromisso com a verdade (e não com o nosso ego ou com uma qualquer agenda escondida) são condições essenciais para que se consiga clarificar e compreender as várias definições e argumentos que vão surgindo durante o diálogo. Só dessa forma seremos capazes de aprofundar filosóficamente as experiências quotidianas relatadas pelos participantes.

Sendo o objectivo específico de um Diálogo Socrático encontrar uma resposta consensual a uma pergunta não devemos, porém, ficar desapontados quando isso não acontece. A própria experiência do diálogo, o esforço honesto que os participantes colocaram nessa experiência de pensamento cooperativo é extremamente recompensadora e, em alguns casos pode ter um enorme significado nas vidas das pessoas que por ela passaram. Um Diálogo Socrático tem outros objectivos gerais bem mais importantes que o de atingir um consenso face a uma pergunta filosófica qualquer. Num Diálogo Socrático cultivam-se virtudes como o respeito, o saber ouvir, aceitar críticas às nossas posições, a aceitar o erro como natural a qualquer empreendimento humano, a aprendizagem com os outros e com as experiências do outros. Numa palavra, num verdadeiro Diálogo Socrático cultivamos a nossa humanidade.

Procedimentos e regras de um Diálogo Socrático

Deve começar com uma pergunta geral, clara e bem formulada (sugerida pelo grupo ou pelo moderador).

– Devem ser pedidos aos participantes relatos breves de experiências pessoais relevantes para a pergunta.

– O grupo escolhe um exemplo.

– A análise dos vários exemplos deve ser feita por escrito.

– Os participantes devem procurar ser o mais claros e concisos possível. Não se devem concentrar apenas nos seus pensamento mas devem ouvir e procurar compreender totalmente as ideias e argumentos dos outros.

– A persistência é importante. Não se deve avançar enquanto houver algum ponto da discussão pouco claro para alguém.

– Os participantes devem fundamentar os seus argumentos e proposições abstractas em exemplos concretos.

– A principal tarefa do moderador é ajudar o grupo no processo de clarificação das diferentes posições. Não deve dirigir a sessão em questões de conteúdo. A partir do momento em que o faça está a pensar pelo grupo (aproveitando-se até da sua posição de autoridade face a este) e isso é o contrário do que um Diálogo Socrático quer promover: o pensamento autónomo e crítico dos participantes.

– Diálogo Socrático 1×1 – O Deus do meu mundo

Diálogo Socrático 1×1 – Deus sou eu

Diálogo Socrático 1×1 – Medo de Pensar

– Diálogo Socrático 1×1 – Conforto e Desencanto

– Diálogo Socrático 1×1 – A estabilidade nas relações

– Diálogo Socrático 1×1 – A verdade na Filosofia e na Ciência

Diálogo socrático 1×1 – O medo do ridículo

-Diálogo Socrático 1×1 – A Fuga do Eu

– Diálogo Socrático 1×1 – Por que é que os outros não são como eu?

– Diálogo Socrático 1×1 sobre o “querer o Absoluto”

Diálogo Socrático sobre A Beleza (132º Café Filosófico)

– Diálogo Socrático com crianças (10-12 anos)“O que é a independência?”

– Diálogo Socrático com crianças (6-9 anos) e pais“O que é a beleza?”

Diálogo Socrático XI “O que é a beleza?”

Diálogo Socrático IX “Quando é que devemos aceitar a autoridade?”

Diálogo Socrático VIII – “O que é a solidariedade?”

– Diálogo Socrático VII – “O que é a liberdade?

Diálogo Socrático VI“O que é o equilíbrio?”

Diálogo Socrático V“O que é a verdade?”

Diálogo Socrático IV – “Quando é que a segurança limita a liberdade?”

Diálogo Socrático III – “Quando é que a fuga é uma fraqueza?”

Diálogo Socrático II “Quando é que a transparência impede a vida social?”

Diálogo Socrático I“O que é a transparência?”

3 pensamentos sobre “DIÁLOGO SOCRÁTICO

  1. MEU DIALOGO SOCRÁTICO SOBRE A FELICIDADE: O professor chega na sala de aula, e propõe aos alunos uma aula diferente, uma aula onde todos irão participar e dar as suas opiniões. O tem é o conceito de felicidade
    – John, para você o que felicidade? Pergunta o professor.
    – Para mim a felicidade é o que sentimos quando de bom acontece conosco ou com quem amamos! Responde John.
    – E você já teve essa sensação? A felicidade? Poderia nos contar?
    – Sim, minha irmã passou na faculdade esse ano, isso não fez diferença para mim, mas para ela sim e, só o fato dela estar feliz por algo muito bom ter acontecido com ela eu também fiquei feliz.
    – Bom, muito bom, mas vamos ver o que os seus colegas acham. Andreia, para você o que é felicidade? E se já teve compartilhe com todos.
    – Em minha opinião, a felicidade é um sentimento que todos nós deveríamos ter todos os dias com todas as pessoas. Ser uma pessoa feliz faz muito bom para a vida, nos acalma, alegra e nos faz seguir enfrente. Um dia eu fiquei muito feliz, foi quando meu namorado me pediu em namoro no natal, na frente de todos nossos amigos e da minha família.
    – Professor, professor, eu tenho outra opinião. – Disse o Lucas.
    – Então compartilhe com seus colegas.
    – Felicidade não é um sentimento, é só uma sensação de bem estar quando tudo em nossa vida está em ordem, quando nada de ruim está acontecendo, é uma ideia que criamos em uma condição de bem estar.
    – Hum! Bom argumento Lucas. Mas como podemos ser feliz?
    – Eu acho que só podemos ser feliz quando todos que estão em nossa volta também estão felizes, pois quem não se alegra com a alegria daqueles que o rodeiam é egoísta, e o egoísta nunca será feliz. – Falou Beatriz do fundo da sala.
    – Muito bom, então nessa aula descobrimos que a felicidade é um sentimento que temos quando algo de bom nos acontece, que ela é importante para nosso bem estar e devemos compartilha-la com outras pessoas e, que, ela pode ser uma ideia que criamos só pelo fato de nossa vida estar em ordem e que aquele que não fica feliz pelo seu próximo também não pode ser feliz.

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